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um bom trabalho em grupo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como estudar Antroposofia?

Tomar conhecimento dos resultados da Ciência Espiritual Antroposófica pode ser um desafio, principalmente quando se trata do estudo das obras alemãs traduzidas para outros idiomas. Pois, como o primeiro cientista espiritual, Rudolf Steiner (1861-1925), pensava com o coração, ele escrevia os seus livros em ondas. Estas ondas normalmente se perdem com a tradução e com isto, muitas vezes, a leitura das obras antroposóficas é considerada complicada e de difícil compreensão...

Para facilitar o acesso a elas criamos o Curso de Transformação "Quem somos nós?". Depois de movimentar o corpo para despertar a inteligência integral do ser humano, absorvemos, em doses homeopáticas, o conteúdo da Ciência Espiritual. Uma obra básica ou duas são trabalhadas a cada ano, em ritmo semanal ou mensal. Desta maneira nos aproximamos paulatinamente à percepção da composição em ondas das mesmas. 


 

 

Guia para uma prática de estudo frutífera
 

Conforme Rudolf Steiner, um músico que nunca leu um livro antroposófico, já é um antropósofo*. Porquê? Por que para ser um músico é necessário praticar regularmente. Consequentemente, quem quer aplicar a Antroposofia na vida diária, tendo escolhido uma profissão baseada na Ciência Espiritual como, por exemplo, artista da educação, artista da cura, agriCultor biodinâmico, etc., precisa praticar o estudo regularmente. Como? Existem várias possibilidades para uma prática de estudo frutífera, individual ou/e em grupo. Seguem aqui três sugestões para o estudo em grupo:


 

Como em qualquer outro campo da vida humana,
também aqui o retorno depende do investimento:

 

 

a) Estudo “light” – pequeno retorno em função de pequeno investimento.


Um grupo de pessoas se reúne, em ritmo regular, para ler uma obra antroposófica (livro escrito por Rudolf Steiner ou ciclo de palestras proferido por ele).

1°. Os membros do grupo vão lendo em voz alta, parágrafo por parágrafo, na seqüência, até que a obra inteira tenha soado no espaço através da voz de cada um. Em cada encontro todos ouvem, desta maneira, uma unidade inteira (capítulo de livro ou palestra de ciclo) da composição da obra escolhida.**


2°. Depois que a obra escolhida (a unidade a ser estudada no encontro) foi percebida objetivamente como um fato, podem ser feitas perguntas e dadas respostas. Todos os membros do grupo têm o direito de perguntar e responder.

 

b) Estudo “médio” – retorno maior em função de investimento maior.


Depois de ter percebido a obra escolhida, como um todo (estudo “light”), pode-se iniciar um estudo mais profundo. Metodologia em quatro passos:

1°. Um membro do grupo lê em voz alta um parágrafo.
2°. Todos os membros recontam, com forças unidas, o conteúdo do mesmo, até que todos concordam que é isto mesmo o que o autor escreveu. Nada mais nada menos.
3°. Agora é possível perguntar e responder. Todos os membros do grupo têm o direito de perguntar e responder.
4°. Com forças unidas o grupo formula uma frase como resumo da essência do parágrafo. Esta frase é anotada no caderno do grupo.
No início de cada encontro, os resumos anotados são lidos, em voz alta, até chegar-se no novo parágrafo a ser trabalhado.


 

Estudamos desta maneira, uma vez por mês, no encontro VIVER em comunidade. Ligue para Margrethe, no (51) 3222-3792 para saber quando.


 

c) Estudo “intensivo” – retorno ainda maior em função de investimento ainda maior.


O grupo trabalha com tema de casa. A cada encontro o tema de casa é combinado entre todos.

1°. Cada membro lê e reconta em palavras próprias, de forma resumida, o conteúdo de cada parágrafo do tema de casa, por escrito.
2°. No próximo encontro cada membro lê os seus resumos em voz alta. Por exemplo, se há sete membros no grupo, todos escutam sete vezes o parágrafo um, depois sete vezes o parágrafo dois, etc., até que o tema de casa inteiro tenha soado no espaço através da voz de todos os participantes.
3°. Agora é possível perguntar e responder. Quem não fez o tema de casa participa deste encontro como ouvinte.



 

Estudamos desta maneira no Curso de Transformação "Quem somos Nós?"



Vantagens de um estudo disciplinado:
 

 

a) Estudo “light”:


Com a postura de ouvir primeiro e questionar depois são praticados paciência e respeito perante a obra escolhida. É dado o tempo necessário para absorver, com calma, novos pensamentos em sua totalidade. A possibilidade de ouvir regularmente a voz de cada participante vai criando um elo entre todos no grupo. A tendência intelectual de questionar uma ideia antes de tê-la compreendido é, passo a passo, superada com esta metodologia. Conforme Rudolf Steiner, o estudo intelectual das obras antroposóficas cria conflito e desunião (veja Stuttgart, 28/02/1923).
 

b) Estudo “médio”:


Seguindo a metodologia em quatro passos são praticados disciplina e discernimento. Não apenas a percepção objetiva da obra em questão é intensificada, também os quatro membros da natureza humana em ação são percebidos a cada passo desta prática:

1°. corpo físico – na leitura do parágrafo (sentidos);
2°. corpo vital – no esforço de recontar o seu conteúdo;
3°. corpo astral – no perguntar e responder;
4°. eu – no esforço conjunto de criar uma frase para resumir a essência do parágrafo.


Seguir a metodologia em quatro passos significa purificar o corpo astral de cada membro e do grupo como um todo. Às teimosias do ego são colocados os devidos limites e a presença do EU é fortificada. Assim vão surgindo fraternidade e união no grupo.
 

 

c) Estudo “intensivo”:


Assumindo o compromisso de fazer um tema de casa, cada membro fortifica a sua força de vontade através do seu esforço pessoal. A resistência interior (preguiça e vaidade) é superada por cada um em casa. Além disso, o conteúdo do tema de casa é digerido durante (no mínimo) uma noite antes que ele seja apresentado para o grupo no próximo encontro. Quem não conseguiu fazer o tema de casa participa deste encontro como ouvinte, pois pode aprender muito com as colocações dos outros.
 

IMPORTANTE:
Escolher conscientemente a intensidade do ritmo dos encontros (uma vez por mês, ou uma vez por semana, ou uma vez por dia, ou três vezes por dia, etc.).
Planejar o estudo conscientemente para que a obra escolhida possa ser finalizada no tempo estipulado. Não é aconselhável estudar obras antroposóficas pela metade. Veja **


EVITAR:
Escolher uma tarefa grande demais que não poderá ser realizada no tempo disponível. Isto apenas traz frustração e enfraquece a força de vontade do grupo.


ATENÇÃO:
Se você vivencia confusão e conflito no seu grupo de estudos, não questione os problemas pessoais de cada um, mas, antes de tudo, a metodologia aplicada. Quando a metodologia é difusa os problemas pessoais de cada um afloram. Um grupo de estudos desordenado é um prato cheio para disputas de ego.


 

Precondições anímicas para participar de uma prática de estudo frutífera:
Humildade, disciplina, perseverança.

O retorno do investimento:
Amor, força de vontade, união no grupo.

Criar uma comunidade pode ser uma vivência prazerosa e profundamente gratificante.
Vale a pena investir!
Experimente.



* Antropósofo: uma pessoa que estuda e vive Antroposofia.
** Os livros escritos por Rudolf Steiner são organismos vivos. Cada órgão (parágrafo, capítulo, segmento, etc.) tem relação viva com o todo da obra em questão, assim como cada órgão de um organismo (ser humano, por exemplo) tem relação viva com o todo deste organismo. O Pensar Vivo (pensar em ondas) que se manifesta em toda a obra escrita de Rudolf Steiner pede a metodologia do todo para as partes. Esta metodologia é o oposto do habitual que se baseia no pensar linear, que inicia o processo de estudo pelas partes e tende a perder-se nos detalhes antes de chegar na percepção do todo da composição da obra em questão. É importante ter consciência de que um estudo frutífero da Ciência Espiritual (Antroposofia) se baseia na prática de um novo estilo de estudo e este é o oposto do estilo que nós aprendemos na escola/universidade convencional.


 

As sugestões acima se baseiam em 37 anos de experiência em grupos de estudos antroposóficos

na Europa, nos E.U.A. e no Brasil.


Porto Alegre, outubro de 2019.
Margrethe Skou Larsen

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Rudolf Steiner sobre a importância do estudo adequado da Antroposofia (Ciência Espiritual Antroposófica) como fonte real de união e tolerância:

• No prefácio do livro Teosofia (1904):


“Suas verdades devem ser vivenciadas. A Ciência Espiritual só tem valor neste sentido”.



• Stuttgart, Alemanha, 28 de fevereiro de 1923:

“Assim pode-se compreender — exatamente a partir de um entendimento das características dos mundos superiores — que oposição e conflito podem muito facilmente surgir justamente em sociedades cuja substância interior é espiritual. Também que é necessário que a gente se eduque a si mesmo para sociedades deste tipo de um modo que se leva a tolerar uma outra pessoa em graus imensuravelmente maiores do que é costume no mundo cotidiano.

Tornar-se um antropósofo* não quer dizer simplesmente conhecer a Antroposofia como teoria, mas exige em certo sentido uma transformação de alma. Algumas pessoas não sentem vontade de fazer isto.

Por isso nunca existiu qualquer compreensão quando, por exemplo, eu disse que existem duas maneiras de trabalhar com o meu livro Teosofia.

Uma maneira é lê-lo, ou se você quiser até estudá-lo, de um modo que a atitude mental comum se relaciona com o texto, e julgamentos são formulados sobre ele a partir deste ponto de vista. Neste caso o que acontece na alma é exatamente a mesma coisa que acontece quando se lê um exemplar da Teosofia ou algum livro de receitas para cozinhar.

Em relação ao valor para a experiência não há diferença entre a leitura da Teosofia ou a leitura de um livro com receitas para cozinhar, só que seguindo o percurso em relação a Teosofia, simplesmente se sonha — mas não se vive — em um nível superior.

E quando se sonha desta maneira sobre mundos superiores, aí não vem para os seres humanos destes mundos a maior prática possível de tolerância como uma qualidade que se alcançou, mas em vez de união, o que pode ser o mais precioso presente concedido através de um estudo de mundos superiores, surge cada vez mais oposição e conflito.

Aqui, prezados amigos, vocês tem as condições que dão origem para oposição e conflito em sociedades baseadas em uma certa espécie de conhecimento dos mundos superiores.”


* uma pessoa que estuda e vive a Antroposofia.



• Zurique, Suíça, 10 de outubro de 1916:

“Há um laço real entre o mundo do espírito e o mundo humano; e esse laço real se reflete no fato de os seres espirituais, habitantes do mundo espiritual extraterrestre, poderem olhar com prazer e satisfação para os pensamentos que nós concebemos a respeito do mundo. Os seres espirituais só podem ajudar-nos quando elaboramos pensamentos acerca deles, mesmo quando ainda não podemos enxergar nos mundos espirituais como clarividentes; eles podem ajudar-nos, desde que tenhamos algum conhecimento a seu respeito. Como compensação por nossos estudos da Ciência Espiritual, recebemos uma ajuda do mundo do espírito. O que nos ajuda não são as coisas que aprendemos, os conhecimentos, mas os próprios seres das hierarquias superiores, desde que tenhamos conhecimento de sua existência.”



• Colônia, Alemanha, 07 de junho de 1909:

“ Precisamos ter em mente que o homem se individualiza cada vez mais, e que no futuro terá de encontrar sempre mais e mais, voluntariamente, a união com os outros homens. No passado, a união existia por meio de consanguinidade, por meio de tribos e raças. Porém essa união chega mais e mais ao fim. Tudo no homem se direciona cada vez mais no sentido de ele se tornar um homem individual. Eis que só é possível um caminho inverso. Imaginem um número de indivíduos, sobre a Terra, dizendo a si mesmos: ‘Seguimos nosso próprio caminho; queremos encontrar em nosso próprio interior o sentido e o objetivo do caminho; estamos todos em vias de tornar-nos homens cada vez mais individuais.’ Aí existe o perigo da dispersão. Já hoje os homens tampouco sustentam mais uniões espirituais. Já chegamos atualmente ao ponto de cada um ter sua própria religião e colocar sua própria opinião como o ideal mais elevado. Mas se os homens interiorizam ideais, isso levará à união, à opinião comum. Reconhecemos interiormente, por exemplo, que três vezes três é igual a nove, ou que os três ângulos de um triângulo somam 180 graus. Isto é um reconhecimento interior. Não podemos submeter à votação conhecimentos interiores; não existem diferenças de opinião sobre conhecimentos interiores — eles levam a união. Todas as verdades espirituais são dessa ordem. O que a Ciência Espiritual ensina o homem encontra por meio de suas forças interiores. Estas o conduzem a uma unidade absoluta, à paz e harmonia. Não existem duas opiniões sobre uma verdade sem que uma delas seja errada. O ideal é a maior interiorização possível; ela leva à unidade, à paz...

Quando homens se unem numa sabedoria superior, desce por sua vez, de mundos superiores, uma alma grupal — quando surgem das sociedades naturalmente ligadas, sociedades livres. O desejo dos dirigentes do movimento da Ciência Espiritual é que nela encontremos uma sociedade em que os corações anseiem pela sabedoria, tal como as plantas anseiam pela luz solar. Onde a verdade comum liga diferentes eus é dada, à alma grupal superior, a oportunidade de descer. Ao voltarmos nossos corações conjuntamente para uma sabedoria superior, acomodamos a alma grupal. De certa maneira formamos o leito, o ambiente no qual a alma grupal pode corporificar-se. Os homens enriquecerão a vida terrestre ao desenvolver algo que faça descerem entidades espirituais dos mundos superiores. Este é o objetivo do movimento da Ciência Espiritual.

Isto foi colocado certa vez diante da Humanidade de forma grandiosa, poderosa, para mostrar que sem esse ideal espiritual o homem passaria a uma condição diferente; há um símbolo que pode mostrar ao homem, com força imponente, como a Humanidade pode achar o caminho para, em uma união espiritual, oferecer ao espírito coletivo um lugar para corporificação. Esse símbolo nos é apresentado pela Comunidade Pentecostal, quando o fervoroso sentimento coletivo de amor e devoção aqueceu um número de homens que se havia reunido para uma ação coletiva. Ali estava um número de homens cujas almas ainda estremeciam de tal modo pelo acontecimento comovente que o mesmo ainda vivia em todos. Pelo confluir desse sentimento uno, igual, eles proporcionaram aquilo em que algo superior, uma alma coletiva, pôde corporificar-se. Isto é expresso pelas palavras que dizem que o Espírito Santo, a alma grupal, desceu e se dividiu como línguas de fogo. Este é o grande símbolo para a Humanidade do futuro...

Dependerá dos próprios homens o quão valiosa a Terra será, por esse meio, para o futuro, e quão eficazes podem ser esses ideais para a Humanidade. Se a Humanidade se esforçar, desta maneira correta, no sentido da sabedoria, os espíritos superiores se ligarão aos homens.”

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